Por Domingos Teodoro da Costa
Nas festividades natalinas de 1759, a freguesia de Congonhas do Campo vivenciou um momento de grande significado religioso, impulsionado pelo idealizador e construtor da Capela dedicada ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Movido por uma promessa feita com grande devoção, ele organizou a primeira missa cantada da história da freguesia, celebrando o nascimento de Cristo em honra ao Santo Padroeiro.

Embora as obras da capela ainda estivessem em andamento, o espaço já estava preparado para receber a comunidade, criando um ambiente único para a solenidade. A cerimônia foi realizada durante a oitava do Natal, um período litúrgico que se estende até o dia 1º de janeiro, quando se celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. Esse período reforça a continuidade da reflexão sobre o Natal e seus ensinamentos, aprofundando a fé de todos os participantes.
O ermitão, responsável pela promessa, cumpriu com grande dedicação e fé o compromisso, deixando um legado profundo para a história religiosa da freguesia. A presença dele na organização da missa, além de sua ligação com a construção e manutenção da capela, tornaram-no uma figura central na história de Congonhas do Campo. A capela, com sua atmosfera serena e acolhedora, tornou-se o cenário perfeito para a celebração. O altar-mor, com a imagem do Senhor Bom Jesus, destacou-se como o centro de devoção, iluminado suavemente por velas, lamparinas e lampiões, criando uma aura de espiritualidade e respeito.
Sob a liderança do Padre Francisco da Costa, o culto seguiu com grande solenidade. A música desempenhou papel fundamental, unindo os fiéis à fé. O primeiro músico a se apresentar na capela integrou sua arte à cerimônia, elevando ainda mais o espírito de devoção e alegria. As músicas natalinas, entre hinos litúrgicos tradicionais e canções populares da época, ajudaram a criar uma atmosfera que conectava os presentes ao mistério do nascimento de Cristo.
O cumprimento da promessa representou mais do que um ato religioso; marcou uma celebração que uniu a comunidade em um momento de profunda devoção e união. A fé e a dedicação do ermitão transformaram aquele Natal em um evento de grande significado para todos os habitantes da freguesia, consolidando a história religiosa de Congonhas do Campo.