Lafaiete fica de fora das propostas de trens turísticos em análise de pré-viabilidade

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Pelo menos por enquanto, Conselheiro Lafaiete está fora do Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais elaborado pela Fundação Dom Cabral que teve 15 alternativas de trens turísticos analisadas. Das alternativas apresentadas, dez propostas foram selecionadas para estudos de pré-viabilidade, significando investimentos da ordem de R$ 700 milhões.

Em 2019, Conselheiro Lafaiete foi palco da audiência da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Á época, moradores e lideranças manifestaram ser favoráveis a volta do trem de ageiros no chamado Ramal Paraopeba que chega a Belo Horizonte. O deputado Glaycon Franco que solicitou a audiência, reforçou a importância do transporte de ageiros que alavancaria ainda mais o desenvolvimento da região.

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Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras debate os projetos de trens turísticos que constam no Plano Estratégico Ferroviário do Estado de Minas Gerais elaborado pela Fundação Dom Cabral. Foto: Luiz Santana
 

Lideranças de Conselheiro Lafaiete entregaram à comissão um documento com o estudo de viabilidade técnica do trecho até Belo Horizonte, feito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Porém, Conselheiro Lafaiete não está entre as dez propostas apresentadas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na quinta-feira, 07/10, pela superintendente de Transporte Ferroviário da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Vânia Cardoso. Ela detalhou quais são as dez propostas e frisou que elas poderão atender 32 municípios, uma população de 3,2 milhões de habitantes e 1,2 milhões de ageiros por ano. Os dados foram apresentados à Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras.

Questionada pelo presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), sobre recursos que estariam assegurados para esses projetos, Vânia Cardoso disse que o Governo do Estado tem atuado para viabilizar a criação de um fundo ferroviário. Segundo ela, conversas nesse sentido têm sido mantidas com o governo federal em torno de propostas já encaminhadas e cujos desdobramentos estão sendo aguardados para breve. A superintendente de Transporte Ferroviário do Estado adiantou que esses recursos poderão vir, por exemplo, da renovação de concessões de ferrovias das empresas Centro-Atlântica e MRS.  

Confira as propostas de trens turísticos

As propostas estudadas e detalhadas pela gestora foram as dos trechos:

  • Além Paraíba (Porto Novo a Simplício), na Zona da Mata – 12,4 km
  • Caparaó/ Espera Feliz (Zona da Mata) – 15,34 km
  • Cataguases/ Além Paraíba (Zona da Mata)/ Três Rios, no Rio de Janeiro (Trem Rio Minas) –  168 km
  • Jacutinga (Sapucaí a Monsenhor Dutra), no Sul de Minas – 11,65 km
  • Perdões (Centro-Oeste)/ Lavras/ Carrancas (Sul) – 99,72 km  
  • Poços de Caldas (Sul)/ Águas da Prata, em São Paulo – 32,09 km
  • São Sebastião do Rio Verde/ a Quatro (Sul) – 25,28 km
  • Viçosa/ Cajuri (Zona da Mata) – 10,78 km
  • Lavras/ Três Corações/ Varginha (Sul) – 123,52 km
  • Belo Horizonte/ Brumadinho (RMBH) – 60,60 km (Estação Central) e 48,90 km (Belvedere)

Projetos não limitam novas propostas

Sobre demandas locais colocadas por participantes da audiência, como a volta da ligação a Cajuri no projeto do trem de Cataguases, Vânia Cardoso esclareceu que os projetos selecionados na fase de pré-viabilidade não limitam outras possibilidades. “Qualquer município que tenha uma proposta pode apresentar e estamos à disposição para analisar”, frisou.

Da mesma forma, ela esclareceu que os estudos de pré-viabilidade dos projetos tiveram como base sobretudo análises financeiras e tarifárias, enquanto outros fatores também devem ser levados em conta nas análises daqui para frente. “Para além da questão financeira, agora precisamos olhar para eles com uma dimensão maior do retorno que podem trazer para seus municípios e regiões”, explicou.

O atrativo da localidade, a capacidade de governança dos municípios envolvidos, a estrutura turística existente neles e sua área de influência também foram pontos considerados. Segundo a superintendente, num cenário conservador, os projetos apresentados podem gerar quase quatro mil empregos diretos e indiretos, o que numa perspectiva mais otimista poderia chegar a quase 8 mil empregos, com um aumento na arrecadação do Estado com impostos de R$ 38 milhões a R$ 77 milhões, anualmente.

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