O cenário competitivo, imediatista e a corrida por furos e mais views têm contaminado parte da imprensa. No entanto, é inissível que esta corrida desenfreada leve veículos de comunicação, sobretudo os jornalísticos, ao cometimento de erros primários.

E aqui não estão incluídos, digitações e outros que também são importantes, como uma boa redação e o respeito à nossa bela e complexa língua portuguesa. Estamos evidenciando a não apuração correta de um fato antes de sua publicação. Recente um grande grupo de veículos de imprensa de Conselheiro Lafaiete reuniu-se para formação de um consórcio, onde princípios fundamentais como o respeito à profissão e a busca compartilhada de dados importantes para construção de reportagens de interesse público são pilares. Mas não há como cobrar respeito sem dar este mesmo respeito ao público, às nossas fontes e pessoas citadas em matérias jornalísticas.
Apuração é o princípio básico do jornalismo que é ensinado em ambiente acadêmico. E o que foi visto nas últimas horas oferece o risco de colocar num mesmo espaço diferentes veículos e profissionais, sem separar “o joio do trigo”. A publicação errônea e apressada do falecimento (que não ocorreu) do ex-vereador Divino Sabará, da cidade de Congonhas, extrapola a esfera da concorrência pelo furo jornalístico.
E pede reflexão. Ele é um homem público e deve ser noticiado, sim. Porém além de um homem público é um ser humano e tem família. O líder político e ex-vereador de Congonhas, Divino Sabará, está ando por momentos difíceis. Infectado pelo coronavírus, Sabará tem apresentado um quadro de saúde grave. Divino Sabará é casado com Fátima Sabará e é pai, entre outros, do agente cultural, João Paulo Sabará, idealizador do Profest e do Espaço Cultural Terceiro Sinal.
A apuração tem ficado em segundo plano em alguns veículos de Lafaiete. Isto respinga em todos, de alguma forma. Só neste final de semana foram assassinato noticiado em cidade errada e “morte” de um ex-vereador que não morreu. Recentemente também ocorreu fato semelhante com a secretária de Fazenda de Congonhas; que posteriormente veio a óbito.
Em décadas adas a expressão “só gosta de divulgar desgraça” foi atribuída à classe jornalística. E até hoje, lamentavelmente ainda há quem pensa assim. Mesmo com a seriedade crescente e a importância que a mídia mostra ter neste período de pandemia. Somos contra isto. Lidamos o tempo todo com as fake news. E quem se intitula um jornalista ou coloca-se à frente de um veículo de comunicação, não pode contribuir com isto; não pode agir com irresponsabilidade e desrespeito à classe, ao público e a quem é seu objeto de reportagem. Respeito é fundamental.
A pressa de ser o primeiro tem feito estragos terríveis em alguns comunicadores. Este desrespeito e desespero imaturo são prejudiciais à nossa profissão. Expor estas deficiências contribui para que o público possa buscar como fontes de informação veículos confiáveis.
Consórcio de Imprensa de Conselheiro Lafaiete
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