Desde que o mundo registrou o primeiro caso de coronavírus em Wuhan na China em dezembro de 2019 e com o avanço da doença pelo mundo os números foram adotados para apresentar dados diários da pandemia. São casos, mortes, suspeitas, ocupação de leitos, tudo em estatísticas.

Diariamente os noticiários nos apresentam o volume de mortes por complicações da Covid-19 e para quem acompanha os sentimentos são distintos. Há quem diga que a imprensa quer assustar a população. Outros dizem que agora só existe morte por coronavírus e ninguém falece por outra doença. Mas também há quem afirma que os números da pandemia ajudam no planejamento de ações para combater a Covid-19.
No Brasil já são mais de 371 mil vidas perdidas para Covid-19 e em Conselheiro Lafaiete já são 151 óbitos registrados. Mas se os números diários de óbitos não são capazes de nos tornar mais sensíveis ou preocupados com a gravidade da pandemia, é preciso pensar que por trás de cada vida perdida há uma história. São sonhos interrompidos por uma doença invisível que está longe de ter fim. Certamente você conhece alguém que morreu por complicações da doença ou talvez infelizmente perdeu um ente querido para Covid-19. São pessoas que não tiveram velório e foram colocadas em um caixão lacrado. Para quem ou pela perda, o luto teve de ser resguardado em isolamento social sem o abraço de conforto.
A estatística de mortes esconde em cada número o rosto de quem não teve a oportunidade de se recuperar e com isso, pouco se sabe sobre quem perdeu a vida para a doença. Se eram saudáveis, se tinham comorbidade, se eram pais ou mães de família, se eram profissionais que atuam na linha de frente no combate a pandemia se era nosso vizinho ou conhecido.
Apesar de não apresentar a história de cada vida perdida, os números apontam que mesmo cumprindo todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, ninguém está totalmente a salvo de ser pego pelo vírus. O coronavírus não escolhe suas vítimas, sejam elas pessoas novas, velhas, ricas ou pobres. Num cenário de incerteza, amanhã a estatística pode ser você, eu ou quem mais amamos.
Por jornalista José Carlos Vieira
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