Atriz lafaietense Wilma Henriques morre aos 90 anos em Belo Horizonte

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Morreu na tarde deste domingo, 18/04, aos 90 anos, a atriz lafaietense, Wilma Henriques. A atriz, considerada a primeira-dama do teatro mineiro, faleceu por causas naturais em uma casa de repouso em Belo Horizonte, onde ela morava desde 2015.

Foto: Teatro Feluma/ Divulgação

Carreira

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Nascida em Conselheiro Lafaiete em 15 de fevereiro de 1931, Wilma Henriques se mudou para Belo Horizonte com a família quando tinha dois anos. Filha única, perdeu o pai aos 14 anos e enfrentou a resistência da família que não aprovava sua decisão de se tornar atriz. A profissão vista com preconceito nos anos 1950. Para ajudar a mãe, foi secretária e datilógrafa do Sesi-MG.

Foto: Teatro Feluma/ Divulgação

iniciou a carreira em 1959 com a produção e apresentação na TV Itacolomi do programa “Espelho”, voltado para o público feminino. Ela também acumula agens pela TV Belo Horizonte, atual Globo Minas e na TV Alterosa onde foi apresentadora do programa “O Assunto é Mulher”.

Foto: Teatro Feluma/ Divulgação

Wilma Henriques estreou no teatro aos 27 anos sendo convidada a participar de várias peças. A carreira profissional no teatro teve início em 1966 no espetáculo “O Macaco de Vizinha”, dirigida por Carlos Leite. Ganhou prêmios de melhor atriz de Minas Gerais em 1961, 1962, 1964, 1969, 1973, 1975, 1976 e 1994

Em 1994, ou a fazer parte do grupo Cara de Palco, de Belo Horizonte e em 2011. Wilma Henriques também participou de vários filmes como “O menino e o vento”, de 1967; “Ela e os homens”, de 1984; “Alejadinho – Paixão, Glória e Suplício”, de 2003 e “Vinho de Rosas”, de 2005.  Dirigiu grupos de teatro, sendo agraciada com a Comenda do Mérito Artístico da Fundação Clóvis Salgado e a Medalha Santos Dummond. Ao longo da carreira no teatro e no cinema ganhou oito premiações de melhor atriz.

Teatrólogo Geraldo Lafayette lamenta a morte da atriz:

O teatrólogo Geraldo Lafayette lamentou a morte de Wilma Henriques. “O teatro mineiro perde um pouco mais do seu brilho. Em tempos de luzes apagadas, cortinas fechadas e teatros vazios, a morte tem feito presença no meio artístico, tornando ainda mais triste a vida de quem da arte tira mais que o sustento do seu dia, tira a motivação, a emoção do viver. Wilma Henriques nasceu em Conselheiro Lafaiete e ainda muito jovem foi para Belo Horizonte onde através do teatro, ganhou a televisão e o cinema. Foi uma mulher de fibra e resistência, sempre disposta a luta pela arte e pelo lugar da mulher na sociedade. Foi ela, Wilma Henriques que durante o grande êxodo dos artistas mineiros para São Paulo e Rio de Janeiro, criou movimento para que o teatro em Belo Horizonte continuasse ativo”, comentou Geraldo Lafayette.

Wilma Henriques com a equipe da Casa do Teatro em uma de suas visitas à Conselheiro Lafaiete.

Segundo ele, Wilma Henriques visitou poucas vezes sua cidade-natal, mas nunca negou suas origens. “Poucas vezes ela esteve em Conselheiro Lafaiete, pois não deixou parentes na cidade. Sem filhos, praticamente sozinha, desde 2015 Wilma estava amparada pelo SATED MG e artistas de Belo Horizonte, vivendo numa clínica para idosos onde faleceu.  Em 2010, Wilma esteve em Lafaiete durante o FACE – Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete apresentando-se com o espetáculo SONHOS. Na ocasião a Academia de Ciências e Letras prestou-lhe homenagens. Depois ela esteve aqui mais duas vezes, acompanhando outros espetáculos ou artistas sem estar no palco. Lafaiete conhece pouco dessa mulher, bem menos desta artista, mas que todos saibam: ela nunca negou sua origem. Por onde ia, fazia questão de falar que era nascida em Conselheiro Lafaiete. Hoje, com as luzes apagadas no Brasil por causa da pandemia, esperamos que ascendam para ela todas as ribaltas do céu”, disse o teatrólogo.

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